, sigo viagem pela passarela suspensa quase que trêmula pelos meus passos pesados, algo de chumbo ou ferro ou aço, e vejo embaixo os busões carros e poucas bicicletas passando geralmente ocupados com suas buzinas estridentes que me adentram fino os canais do ouvido esquerdo e me coço por coisa de desconforto e cera.
E não tiro meleca mas tiro as casquinhas envolta do nariz e quem me vê na rua me julga tirador de meleca porque é muito perto e parece que tô tirando meleca mas não tô, são só as casquinhas formadas por excesso de sol ou de café, que me secam um tanto o rosto enquanto cresce em mim certa vontade de mergulhar.
E N motivos pra me orgulhar de você, fosse você espécie de eu na verdade; que aos olhos solitários tudo parece espelho, o mesmo onde me olho e me vejo tão distorcido quanto sou, sabendo que sou é estado transitório pois nesse instante já não sou oque era quando escrevi as linhas de cima desse texto.
E provavelmente jamais serei de novo; tem algo de único que habita cada fração de segundo de existência, e também provavelmente não sou o único a nada, que iguais a mim capaz que vários mesmo que absolutamente diferentes.
Por exemplo eu tenho mania de olhar no espelho, de espremer pequenas bolinhas inventadas pela área do meu corpo, de olhar pro fim do baseado enquanto fumo, e nunca achei que fosse eu o único com essas manias.
Mas até que me divido em dois as vezes, e deixo uma parte fazendo as coisas enquanto a outra descansa, ou deixo que uma olhe pra outra com certa avaliação, fosse uma algo de terra e outra algo de céu, o céu a cair sob a terra úmida, na cidade chuva, que me escondo embaixo de alguma marquise.
