FRIACA

tchaca
2 min readAug 26, 2024

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Um frio do caralho no meu erro explícito de pegar uma moto tão congelante pelos raios de vento que atingem meu rosto e me choram os olhos ressecados de colírio antes que derrape em alguma curva escorregadia.

E tira celular do bolso pra tirar foto da face e expor na rede como se isso desse algo de realidade e legitimidade pro que passa, mesmo que quase deslize da posse oque segura e por pouca coisa não cai no chão e me deixa triste e burro pelas decisões.

Também atocha firme as pernas pra cruzar o braço despreocupado, controlando as tremidas pra que não trema assim a moto e se aumente as chances de queda enquanto quebra um tanto de dente pelos de cima que se chocam com os de baixo.

E no meio do passeio pensa pão quente na chapa, involuntários os movimentos de dentro da barriga que anunciam o desejo, solitário o café que por si só já atua, me balança um tanto a mão enquanto seguro oque se come.

Minha mãe até pergunta, eu justifico no café, como o simples fato de ter uma resposta na lata se prestasse a solução, mas é tão solúvel quanto o pó do café, e logo dilui na xícara do questionamento em líquido quente, remoendo cada grão de ideia.

Torra média, não pela metade, a garrafa térmica talvez ela sim pela metade por coisa de excesso, que quando cheia trato de esvaziar, fosse o fim das coisas espécie de meta contínua e tantas outras que me torço pra que sejam apenas o começo.

Agradecendo também a tudo que não termina, e a tudo que pode outra vez recomeçar, aquecidas as palavras desse texto em banho maria sem ponto final

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tchaca

dando voltas pra chegar direto ao ponto. insta: @tcha.ca