Preparando um acúmulo de espaço pra que a maioria se caiba nele mesmo antes que algo dê errado sem que seja declarado meu amor pelas curvas de alguma mulher grande como as ondas do mar em ressaca que se bebeu ontem muitos dos copos que esvaziaram e ficaram pelos cantos da pista sem que dançasse.
A música toca como toca também a pele os dedos moços de alguma fineza que arrepia até outras partes do corpo longe dali.
De buscar proximidade, me vi um tanto mais perto da distância quilométrica de mim pra mim mesmo enquanto tentava afirmar algo que fosse de fato firme e que não mudasse lugar conforme venta o vento.
Impermanência também dos motivos que me trouxeram aqui, sempre mastigando minha juventude com os lados da boca repleta de dentes, alguns deles escurecidos na parte que toca a gengiva por coisa dos muitos cigarros que cada vez me fumo mais.
E carrego comigo o cheiro entre os dedos e no bigode, resquício de memória de um momento que finca bandeira pelos próximos até ir embora.
Eu fico, abduzido pelo fato de que tudo é, ainda que certas coisas passem a ser somente depois que são, e sendo assim nem toda fumaça vira fogo, mas todo fogo é quente e tem em si a força pra queimar.
Deixando cinzas espalhadas pela massa atmosférica que respiramos, deixando também que paire um tanto essa força sob os nós que buscamos desatar, pra que transborde e sobre espaço pra acumular de novo.
