Fugir um pouco das curvas que dou nos textos pra tentar encontrar uma linha mais reta, mais objetiva e direta, ignorando alguns dos acenos da subjetividade que me puxam pra uma resolução mais abstrata, consequentemente menos resolutiva, ou menos visível no que se busca ver.
Tenho oscilado nas minhas vontades e desejos, tenho descompreendido a razão de várias das minhas sensações, tentando aprender a ficar em paz com isso.
Tô sentindo um vento forte, desses que te empurra pra dentro, e nesse movimento acabo me isolando um tanto do que me cerca, buscando respostas no indivíduo potencialmente adormecido que me habita, me molda, me é.
Me sinto continuamente querendo soluções conjuntas, acordadas, comunitárias, cultivo em mim a sensação de oque é meu é seu, mas constantemente sinto que oque é seu não é meu, e isso em si não é um problema, mas tem em si a força de alimentar aspectos da melancolia que já carrego.
Não existe tabu quanto aos limites que se devem impor numa relação, é comum as coisas se confundirem e ganharem contornos no outro e isso é em grande parte a beleza de um encontro, mas aí também mora algo de complexo, que é a perda de si próprio, alguns com mais facilidade pra deixar isso acontecer do que outros.
Tem vezes que parece que o saco que cada um carrega tá um pouco mais cheio, mais pesado, arrebentando a parte que segura espalhando algumas coisas no chão. A gente para, olha passivo, e decide se vale pegar e colocar de volta na saco, que já tá prejudicado, então o quanto ele suporta também já mudou.
Nessa equação muita coisa se descarta, algumas anunciadas, outras silenciadas, essas eventualmente se descalam e têm potencial pra gritos enormes, alguns que até tremem a estrutura do todo e geram novos silêncios, esses agora permeados por vazios enormes.
Que me sinto pequeno e incapaz, incômodo, e também não sinto que posso ajudar, embora tente, talvez não devesse, que me poupa energia e me deixa mais forte pra carregar os sacos que me escolhi querer.
