Por enquanto mó caô aquele papo lá, nada de ninguém me ligar, olhei atento no telefone, desbloqueei pra procurar e realmente acho que nada.
Cê veio cheio de alarde, quase que comemorando, já pedindo o seu, alimentou em mim certa expectativa e empolgação, mas me deixou sem talher.
Fui comendo oque me cabia com as mãos, engorduradas pelo que se descansava sob o prato, ainda calórico em minhas reflexões especialmente dias de semana, que me proponho espécie de consciência, satisfeito com algumas decisões que tomo.
E outras que busco não arrepender, pois não conheço quem tenha de fato atravessado tempos que não seja na TV. E rapidamente me mudo de canal, coisa de micro aversão ao que se ficciona, mesmo que por vezes me puxa pra dentro e me curto, como agora acontece com oque me assisto.
Não tem muito que ver comigo, ou pelo menos com oque enxergo distorcido no espelho; deixo que pairem as falhas e defeitos pra que faça algum sentido minha imagem.
Importante que se entrem os ruídos e murmúrios da cidade pela janela, também o vento que bate minha cortina contra o fundo do armário e faz barulho e fica fresco, ou parece que fica antes que desce, quando desce parece engano.
E se pensa sobre tirar o casaco, dobrar a calça, atravessa a rua já desistindo pra comprar cigarro e chiclete, esquece o isqueiro no bolso da calça de ontem e não lembra por coisa de semana ou duas, compra um novo antes de achar.
E olha quase que todo dia pro que quer mudar, avalia todas as possíveis antes que adie novamente, também não evita comentar sobre, o primeiro movimento já gera certo conforto-sofá, e me busco que não deite embora muitas vezes sente.